Estamos no mês de Novembro, no qual o frio começa a imperar. Neste mês é comum, em muitas escolas do nosso país, realizarem-se os famosos magustos. Além de comermos castanhas ao redor de uma agradável fogueira, temos a oportunidade de brincar e de nos enfarruscarmos uns aos outros. Enfim, é mais uma ocasião para estarmos com os amigos e partilharmos a alegria de estar juntos.
Uma personagem associada ao magusto e ao mês de Novembro é São Martinho. À sombra da memória deste santo, recordado pela Igreja no dia 11 deste mês, desenvolveu-se a tradição dos magustos, das castanhas e da prova do vinho novo. Mas, muitas vezes, comemos as castanhas, provamos o vinho, e pouco ou nada conhecemos deste santo, chamado Martinho. Para muitos, é um eterno desconhecido que está, sem sabermos como, ligado às castanhas e aos magustos. Com São Martinho vamos descobrir o valor da partilha.
A vida de Martinho mudou radicalmente com uma experiência de partilha. Repartiu a sua capa e depois nunca mais deixou de partilhar. Distribuiu os bens, o amor, a fé, e a vida com todos os que se cruzaram com ele. Deixou-nos a lição de que a partilha é o caminho para construirmos a nossa felicidade e a felicidade dos outros, companheiros da longa viagem, que é a vida.
Partilhar é, assim, uma atitude que brota de um coração que é sensível às necessidades dos seus semelhantes. Aquele que partilha vê os outros como irmãos e não como adversários ou inimigos.
A partilha não se limita nem se esgota nos bens materiais, mas vai muito mais além. Aliás, a partilha de bens é bem mais fácil do que a partilha de outras coisas, tais como o tempo, as emoções, a dor, os sentimentos… Martinho ensina-nos a recuperar e a pôr em prática a cultura da partilha.
Durante este mês de Novembro faz o magusto, come as castanhas, celebra o São Martinho, mas lembra-te de cultivar a partilha. Martinho começou por repartir uma capa com um homem que se cruzou com ele. Tu podes começar pelos teus colegas de turma, de escola, da catequese, da tua terra… a partilhar o que tens, um lápis, uma folha, uma guloseima… mas não fiques por aí, vais mais além e partilha o teu tempo, o teu sorriso, os teus dons, as tuas capacidades... Fá-lo de forma desinteressada e com o objectivo de construíres a comunhão. Verás que o mundo, à tua volta, vai mudar e tornar-se mais feliz, tal como tu.
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